segunda-feira, 7 de julho de 2008

DJ WAVE


Numa terra, como a Camacha, onde a música sempre esteve enraizada no povo; uma terra de músicos auto-didactas, que fazem da música tradição, foi a mesma que, embora reclamando para si o título de terra da cultura - ao transformar os típicos arraias em festivais de Arte (Arte Camacha) -, se mostrou relutante em apoiar novos valores musicais. Apesar das contrariedades, as gerações mais novas impuseram-se, e ao reinado da música popular e folclórica, fizeram vingar o Rock e outras fórmulas musicais recorrentes à electrónica. Estes últimos porém, e por vias das circunstancias, não gozam de tanta popularidade a nível local, mas o DJ Wave, apenas numa única actuação – incompreendida, se calhar - no Arte-Camacha, veio trazer uma lufada de ar fresco com as (desejadas) renovações sonoras aliadas à electrónica.
Nos idos anos 70, o Tom Moulton apareceu como o primeiro DJ a fazer remisturas de temas Disco, prepositadamente para serem dançados em discotecas. A moda pegou, e desde então, o DJ passou de mero entertainer a criador de música. Desde os vinilos às colagens de sons em programas de pc, o DJing tem vindo cada vez mais a afirmar-se no panorama musical global. Não sendo alheio a este fenómeno, o DJ Wave, faz-se valer de técnicas de “corte e costura” e moldagens de som, usando loops, samples como material de trabalho e o computador como uma ferramenta, ou antes, como instrumento. O resultado são temas de aproximações sónicas ao Tecno – que vigorou nos anos 90 mas que ainda comanda as pistas de dança -, ritmos marcantes que formam o esqueleto e o suporte a ondulações electrónicas seminais, que avançam como um crescendo melódico e hipnótico. Embora não se associando a nenhum estilo em concreto, o DJ Wave explora o seu universo musical pelas mais variadas tendências musicais dançáveis (Eurodance, Tecno, House, Electro, etc), criando assim uma identidade própria e inconfundível. As músicas poderão ser ouvidas neste site, mas infelizmente, as pistas de dança não são (ainda) privilegiadas pelo seu som. As dificuldades a vários níveis – desde o apoio à própria aceitação – criaram desde sempre uma barreira à divulgação da música do DJ Wave, tornando-se muito difícil a seu percurso musical numa terra musicalmente conservadora, mas isto não lhe diminuiu em nada o mérito de ser o pioneiro da música de dança na Camacha.
Em Novembro de 2003, foi publicado critica (construtiva) sobre as criações musicais do Dj Wave na revista Dance Clube. A sua divulgação despertou atenção de algumas rádios, que passaram algumas das faixas do seu trabalho. Apesar dos convites, nunca mais actuou …
“Experimentei criar, gostei! Quero partilhar” (Dj Wave)

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